sábado, 25 de junho de 2016

Não aprendi dizer adeus

Tenho ensaiado um bocado para escrever novamente. Muitos rascunhos guardados, muitos pensamentos desorganizados... faltava aquele estalo. E ele veio. Uma canção, daquelas que não prestamos muita atenção. Ainda que ninguém leia meus devaneios, escrevo, pois algo dentro de mim diz que um dia tudo fará algum sentido.

Enfim, falemos da canção que tocou meu coração: "Não aprendi dizer adeus". Se eu tivesse que eleger uma canção para embalar a leitura deste blog HOJE, escolheria esta. Por muito tempo, sempre ao entrar no blog trazia na cabeça os versos da canção Maresia, da Adriana Calcanhotto: "Ah! Se eu fosse marinheiro era eu quem tinha partido! Mas, meu coração ligeiro não se teria partido. Ou, se partisse, colava, com cola de maresia. Eu amava e desamava, sem peso e com poesia". Atualmente, sem o menor esforço, me lembro logo dos versos da canção que citei no começo:

"Não aprendi dizer adeus
Mas tenho que aceitar que amores vem e vão
São aves de verão
Se tens que me deixar, que seja então feliz

Não aprendi dizer adeus
Mas deixo você ir sem lágrimas no olhar
Seu adeus me machuca
O inverno vai passar e apagar a cicatriz"

Claramente, algo dentro de mim mudou, mas, não é exatamente sobre isso que eu gostaria de escrever agora. Queria escrever sobre a saudade. Sobre o "dizer adeus" a algo que de fato não me pertence. Sobre a saudade do que existiu verdadeiramente apenas dentro de mim.
Sobre o cheiro de alguém que está constantemente em meu nariz, bastando apenas fechar os olhos. O aroma que eu mesma criei e que agora me acompanha tão real e tão distante.
Queria falar do aconchego que sinto no peito de alguém. Peito esse que não passa do meu próprio travesseiro e que me faz sonhar e desejar ter minha bochecha colada nele enquanto meus cabelos são carinhosamente afagados.
Sobre a angustia desesperadora de sentir que estou perdendo por entre os dedos os dedos de alguém que, na verdade, nunca estiveram entrelaçados aos meus.
Sobre o querer mais do que o querer. Sobre o desapego tão apegado. Sobre a certeza de que tudo isso não vai deixar de ser uma intensa e linda história de amor que poderia ter acontecido, mas não foi dessa vez.
Sobre a certeza de que o inverno vai passar e apagar a cicatriz.

Amei e fui embora, pois aprendi a dizer adeus... mas não sem lágrimas no olhar.

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