domingo, 2 de agosto de 2015

Reflexão

Sempre achei que muito perde quem pede muito. 
Muito erra quem planeja demais. 
Muito sofre quem muito sonha.
As vezes me pergunto se isso me fez bem. 
Se tudo isso que reneguei e, de certa forma, proibi em mim não poderia ter me feito uma pessoa diferente. Quiçá melhor. 
Não sei se a vida me tornou uma pessoa fechada e dura ou se já nasci assim.
Vou na segunda opção.
Acho que a essência de uma pessoa está baseada no que ela gosta ou no que ela não gosta.
Nas experiências que ela se permitiu e naquelas que ela se recusou a viver.
De nada valeria chegar até aqui sem ter visto o que vi.
Nada valeria tanto se não fosse toda a historia empenhada em fazê-lo.
Nada teria me feito esperar não fosse a lucidez de quem sonha acordado.
Tudo talvez fosse nada não fossem as companhias que me guiaram sem ao menos saber onde me levariam.
Tanta falta me fizeram os sonhos... 
Tantos sonhos imaginei ter sonhado... 
Para não passar pela vida como um recipiente pela metade. 
Porque tudo o que me alimenta me transborda e o resto, bem, o resto você já sabe. 
Tantas foram as vezes que falei quando deveria calar.
E muito mais vezes que calei quando deveria falar. 
Por tanto fui julgada e por pouco julguei-me. 
Decifrei sentimentos e o propósito de tantas coisas que me afrontaram, mas não entendi, sequer, o objetivo dos meus passos. 
Tanto feeling e tão pouco entendimento do que se há por fazer.
Como um animal com seu instinto visceral são os meus passos por esse quintal.
De que me valem sucesso e felicidade sem saúde e bondade? 
De que me valem muitos anos de vida sem paz e guarida? 
De que me vale toda a sabedoria do mundo sem a alforria? 
De que me vale ser completa e não ter a minha bicicleta?
Tanto poderia pedir, tanto poderia desejar... 
Apenas peço paciência e fé para seguir a vida como ela é.