quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Veja bem, meu bem


Veja bem além
Destes fatos vis
Saiba: traições são bem mais sutis
Se eu te troquei, não foi por maldade
Amor, veja bem
Arranjei alguém chamado saudade
(Marcelo Camelo)

Imaginação

Sim! Te senti!
Você apenas me olhou
Mas pude sentir suas mãos
percorrendo meu corpo inteiro

Sim! Te ouvi!
Você apenas pensou
Mas pude ouvir você dizendo
"Corra, vem me amar!"

Sim! Te quero!
Você não sabe, sequer imagina
Que no meu canto, secretamente
Te desejo

Sim! Claro que sim!
Passaria a vida toda assim
Achando que sinto, achando que ouço
Te esperando, um dia, só pra mim

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

E agora?

Peguei minhas roupas e fui para a sala. Envolta em seu roupão, deitei-me no tapete, recostei a cabeça no sofá e admirei a noite pela janela. Não pensava em nada, simplesmente relaxava. Estendi o braço e agarrei a garrafa do vinho que bebiamos antes de tudo começar. No máximo 2 goles, era tudo que restava. Vi meu reflexo na garrafa. Descabelada. Olhei ao redor e tudo estava fora do lugar. Recordei-me do que acontecera. Nos amamos loucamente na sala.

Levantei e senti meu corpo estremecer, como se uma descarga elétrica corresse dos pés à cabeça. Respirei fundo e fui à cozinha. Nos amamos loucamente na cozinha também. Tava tudo alí, na louça quebrada, na toalha caída, nas cadeiras reviradas.

Céus! Fiquei parada olhando em direção à lavanderia. Será?

Voltei para o quarto e vi você, deitado em diagonal na cama, como se tivesse caído alí, e alí ficado. Nu, apenas envolto em um lençol azul. Encostei na porta e fiquei admirando cada parte do seu corpo. Seus pés bem cuidados, suas costas largas, seus cabelos grisalhos. Ah! Os segredos que descobri por trás desses cabelos, levarei comigo, pra sempre.

Olhei pela janela e a vida lá fora havia parado. Nada se movia, nem uma luz se acendia. O silêncio me fazia recordar da sua voz dizendo em meu ouvido coisas que só você sabe como e quando dizer.

A entrega desesperada, a loucura apaixonada, o tesão explodindo. E agora, como ficamos? Existirá outra noite de amor como aquela? E se você, ao acordar, acabasse com toda a magia daquela noite com uma só palavra? Não sei.

Abotoei meu casaco, calcei minhas botas, beijei seus lábios de longe e saí. Amei e fui embora.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pequena Menina Morena

Toma-me em teus braços
Diz que sou sua, só sua
Afaga meu ego com teu olhar
Me beija. Me ama. Devora-me

Dispa-me com carinho
Encosta teu peito no meu
Sinta o tremular do meu corpo
Que agora é todo seu

Dezoito anos nos separam
Nesse momento, pouco me importa
Quando você me toca a pele
E pra outro plano me transporta

A distancia diminui
Posso te sentir
Seu corpo pressionando o meu
Começa a me invadir

Suas mãos nos meus cabelos
Sua lingua na minha orelha
Seus dedos na minha coxa
Seus olhos nos meus olhos...

Deita-me no solo
Invada minha paixão
Diz que sou sua pequena
Sua doce menina morena...

Ama-me de todo jeito
Mostra-me o que é amar
Ensina-me, Deseja-me
Vamos juntos delirar

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Aventura

Brancura
Escura
Mistura
Abertura
Quentura
Fervura
Diabrura
Cintura
Loucura
Gostosura

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Delirante sintonia

Lá fora podia nevar
Mas aqui dentro a coisa fervia
Nus. Suados.
Sem ao menos termos nos tocado

Sua respiração ofegante
Ditava o ritmo das batidas do meu coração
Fazia meu corpo se arrepiar
Cada poro explodir de tesão

O contraste da sua negra mão
Em meus brancos seios
Sua boca, minha boca
Suas mãos meu delírio

Me apertava, te beijava
Me chupava, te mordia
Me lambia, te engolia
Delirante sintonia

Seu peso sobre mim
Sentia meu corpo vibrar
Deitados novamente lado a lado
Ouvia você ofegar...

domingo, 16 de agosto de 2009

Rendição

"O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano,
mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua."
Octavio Paz

sábado, 15 de agosto de 2009

Não se apaixone

Não se apaixone
Perceba o quão imatura sou
O quão dolorido tudo pode ser
Que não sou tudo que gostarias de ter

Pense, mas não se apaixone
Permita-se entender
Que apesar de todo o desejo
Talvez eu não faça por merecer

Não se apaixone mesmo!
Toque minha pele, queime em meu calor
Sinta meu gosto em seus lábios
Mas não confunda tudo isso com amor

Pra que se apaixonar?
Se a luz do Sol faz tudo se perder
Se meu corpo suado
Satisfez-se do prazer

domingo, 9 de agosto de 2009

O som que ouço, em mim vibra

A música, bom gosto
Me lembra Agosto
E também o desgosto
Cheia de notas de fél

Apaixonadamente doce
Ritmadamente açucarada
Bate, bate, bate
Bem sintonizada

Escuto, sinto, vejo
Ainda que desconsolada
Claves de Sol. Só.
Dó, Ré, Mi, Fá, Sol Lá. Aqui.

O que vibra em mim, dança
Cantiga popular
Ciranda de criança
Canção para sonhar

Melodia, meio dia
Na média da minha razão
Toda música que em mim vibra
Acende uma paixão

Desejocídio


Extirpa. Sangra de mim sua lembrança
Apaga suas digitais das minhas coxas
Esqueça o ritmo da minha dança

Mata-me. Acaba com com essa ilusão
Penetra profundamente em meu peito
E arranca essa paixão

Dilacera. Destrua minha imagem
Rasga minhas cartas
Fira meu coração

Desista. Queime na minha pele
Enjoe do meu cheiro
Deseje-me sem pudor